16/07/2010

QUE FOI QUE VOCÊ SOFREU?

Sonhei, certa vez, que estava na cidade celestial - embora não soubesse como nem quando lá chegara. Eu estava com a grande multidão que nenhum homem podia contar, de todos os países, povos e épocas. Vim a descobrir que o homem que estava próximo de mim já se encontrava lá havia mais de 1.800 anos.
"Quem é você?", perguntei-lhe. Ambos falávamos a linguagem celestial de Canaã, e nos comunicávamos perfeitamente.
"Eu era um cristão romano", respondeu-me. Vivi nos dias do apóstolo Paulo. Fui um dos que morreram nas perseguições de Nero. Cobriram-me de piche, fui preso a uma estaca, e queimado para iluminar os jardins de Nero."
"Horrível!" exclamei.
"Não", respondeu-me ele, "foi um prazer para mim fazer algo por Jesus. Ele morreu na cruz por mim."
Depois, o homem que estava do outro lado falou:
"Estou nos céus há algumas centenas de anos apenas. Venho de uma ilha dos Mares do Sul, Erromanga. O missionário John Williams foi até lá e me falou de Jesus, e eu também aprendi a amá-Io. Meus patrícios mataram o missionário, e me capturaram e amarraram. Bateram-me até eu desmaiar. Eles pensaram que eu estivesse morto, mas revivi. No dia seguinte, deram-me uma pancada na cabeça, cozinharam-me e me comeram."
"Terrível!" respondi.
"Não", respondeu ele. "Foi um prazer para mim morrer como cristão. Você compreende, os missionários contaram-me que Jesus foi açoitado e coroado de espinhos por minha causa."
Então ambos se voltaram para mim e me perguntaram:
"E você? O que foi que você sofreu por ele? Ou será que você vendeu tudo o que tinha para enviar homens como John Williams para falar aos pagãos?"
Eu fiquei mudo. Ambos me olharam com olhos tristes. Então despertei. Era apenas um sonho. Mas fiquei deitado na cama, horas e horas, pensando no dinheiro que gastara em meus prazeres, em roupas supérfluas, em meu carro caríssimo, em luxos, e cheguei à conclusão de que não compreendia o verdadeiro significado das palavras de Jesus: "Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me".
(Revista Mensagem da Cruz, Número 38)

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