Rute é uma cristã do Laos e tem agora 47 anos (2007). Enquanto lia o Evangelho de Mateus ela encontrou o Jesus que vinha perseguindo (Missão Portas Abertas). Leia o seu testemunho:
"Aquela foi a primeira vez que bati no meu filho mais velho. Descontei nele toda a raiva que eu vinha lentamente acumulando em meu interior, por causa da nova fé que meus filhos professavam. Depois do tapa, disse ao mais velho que ele zombava de Buda e, dirigindo-me também aos outros dois, mandei que eles acabassem com aquela atividade fanática.
Eles estavam só falando sobre a Bíblia e Jesus com alguns de seus amigos em nossa casa. Mas aquilo foi o suficiente para me deixar furiosa.
Eu já havia imposto limitações aos meus filhos em relação à sua nova religião. Estabeleci um horário para eles estarem de volta em casa, e também limitei o tempo que eles poderiam sair, tudo isso para impedir que eles gastassem muitas horas na igreja. Eles obedeciam de boa vontade às minhas ordens.
Uma mãe sem filhos
Em 2004, meu filho mais velho visitou um vilarejo próximo e, lá, ouviu falar sobre Jesus. De imediato ele abraçou o cristianismo de forma apaixonada. Embora eu fosse uma budista fervorosa, não fiquei perturbada. Pensei que sempre poderia atraí-lo de volta ao budismo.
Eu cresci e vivi em uma família budista, de pais muito zelosos em relação aos caminhos e às práticas religiosas. Por isso, passei a maior parte de minha infância e adolescência em templos praticando rituais.
Se não tivesse nascido mulher, poderia escolher ser monge. Muito influenciada por minha religião, decidi que criaria todos os meus seis filhos nas normas e tradições budistas.
Mas, depois da conversão do meu filho, o cristianismo começou a se espalhar pela minha família. Minha irmã e meus outros filhos se voltaram para Jesus. Nessa hora eu não fiquei apenas aborrecida, senti muita raiva também. Para mim, não havia outra religião além do budismo e por ela eu bateria, sim, em meus filhos.
Aqueles primeiros tapas doeram muito em mim. Mas, a partir daquele momento, ficou fácil dizer palavras negativas para meus filhos e machucá-los fisicamente. Entretanto, cada vez que agredia meus três filhos cristãos, eles ficavam em silêncio. Não revidavam nem se defendiam. Eles nem mesmo argumentavam. Apenas deixavam que eu os agredisse.
No meu coração, sentia medo de afastar meus filhos de mim. Pensei em permitir que eles praticassem o cristianismo dentro de nossa casa. Mas, meu marido me convencia de que aquilo que eu fazia estava absolutamente certo. Eu concordava com ele, mas, no fundo, sentia tristeza e ansiedade. Eu era mãe, e não queria perder o amor e o afeto de meus filhos.
Uma voz suave chama
Um dia, enquanto cuidava de minha casa, fiquei curiosa em relação à Bíblia. Meu filho tinha deixado sua Bíblia sobre a mesa, e meus olhos passavam por ela, com uma vontade incrível de ler o que estava escrito ali. Como eu estava sozinha em casa, abri e comecei a ler o Evangelho de Mateus.
Incrível mesmo foi o que me aconteceu. À medida que lia os capítulos, não pude evitar as lágrimas. Eu ouvia uma suave voz me dizer: "Eu amo você, Rute. Eu desci dos céus e morri por seus pecados. Por que você me rejeita? Por que você bate em seus filhos? Eles amam você, Rute".
Por mais de 15 minutos, ouvi essas palavras repetidas vezes. Eu chorava com tanta intensidade que não percebi que meu filho mais velho havia voltado. Ele se sentou ao meu lado e orou por mim.
Desde aquele momento, o desejo de ler a Bíblia nunca me abandonou. Durante os seis meses seguintes fiquei absorvida pela Palavra de Deus. Depois, fui à igreja e orei com o pastor. Naquele dia, aceitei Jesus Cristo em meu coração e senti um tipo diferente de alegria fluir em mim. Um toque suave de paz acariciou meu coração.
Firme em meio às dores
O que aconteceu na minha vida foi a mesma coisa que aconteceu com meus filhos. Meu marido percebeu logo minha nova fé. Ele me mandou parar com minhas 'crenças idiotas', como ele chamava. E pensar que eu havia agido da mesma forma com meus filhos...
Com o passar do tempo, as palavras de meu marido se transformaram em atos horrorosos. Ele me batia com freqüência, usando uma vara, e fazia isso mesmo na frente dos vizinhos. Ele me agredia sempre que me via lendo a Bíblia e orando com nossos filhos. Ele até me insultou na frente de nossos outros três filhos que ainda eram budistas.
Várias vezes eu o ouvi contar aos vizinhos e aos amigos que eu havia perdido a sanidade de tanto orar para Jesus e cantar na igreja.
Eu queria defender minha fé, mas meu filho disse que eu deveria levar minhas queixas ao Pai. Então me lembrei de como meus filhos reagiram aos maus-tratos que haviam sofrido. Também me lembrei de como eles me amaram, apesar de meu mau procedimento.
Eu continuo firme na minha fé em Jesus. Não me importa o quanto meu marido me moleste. Estou determinada a desenvolver minha salvação. Como eu poderia dar as costas ao meu Salvador que demonstrou seu amor por mim enquanto eu ainda era pecadora? Eu simplesmente não poderia fazer isso.
Orem por mim e por meus três filhos cristãos, para que continuemos firmes em meio às dores e ao sofrimento que nos é infligido por nossos parentes. Orem para que lhes mostremos amor, e para que sejamos um reflexo da misericórdia de Deus. Orem também por meu marido e por meus outros três filhos, para que eles possam conhecer e sentir Deus em suas vidas."
(Portas Abertas)
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