07/08/2009

PODER DA LÍNGUA

Esopo era um escravo inteligente e filósofo que servia como cozinheiro na casa de um homem rico. Mas tarde Esopo tornou-se o grande fabulista que a História registra. Quando servia ao patrão, êste ordenou-lhe que fôsse ao mercado e comprasse a melhor iguaria que encontrasse. Ao mesmo tempo o patrão ordenou que a preparasse para serví-Ia em um jantar aos convidados importantes. Esopo foi ao mercado e comprou línguas de vaca, de porco, de carneiro e de cabra. Preparou as línguas de várias maneiras: ensopadas, fritas, assadas e cozidas. Os convidados saborearam a sopa de línguas, elogiaram o bom gosto do cozinheiro, enquanto aguardavam os outros pratos. Vinham porém pratos e mais pratos de línguas. Enfurecido, o patrão chamou-o e, encolerizado, disse: "Não te disse que preparasses as melhores iguarias que hovesse no mercado? Como é que me apresentas línguas, só línguas?" "Pois foi exatamente o que fiz", respondeu Esopo. "A língua é indispensável em qualquer momento. Sem ela o patrão não poderia fazer negócios, não ganharia dinheiro, não faria discursos para os seus convidados, não falaria a seus pais. Sem a língua não se ouviriam as doces canções, nem se poderia comer". "Está bem, aceito a tua explicação. Entretanto amanhã comprarás o que existir de pior, pois foi isso que prometi aos meus convidados". No dia seguinte Esopo foi ao mercado e comprou línguas de vaca, de porco, de carneiro e de cabra. Quando os convidados provaram a sopa de língua, estranharam que se estivesse repetindo o prato do dia anterior. "Que fizeste, Esopo perverso?", gritou o patrão. "Queres me humilhar ante os meus convidados?". "Não, patrão ...". "Não tens desculpa; ontem pedi-te a melhor iguaria que houvesse no mercado e comprastes línguas. Hoje pedi a pior e compraste línguas". "Perdão, patrão, mas comprei o pior que havia. Acaso a língua não é uma arma perversa que semeia discórdias? A língua não é um membro capaz de desfazer as mais sólidas amizades? Não serve ela para caluniar o próximo? Não é ela que declara guerras?". O patrão de Esopo compreendeu que o cozinheiro filósofo queria ensinar a ele e aos seus convidados que a língua tanto pode ser instrumento de paz, como instrumento de guerra, de bênção ou de maldição. A Bíblia declara que a língua é: "como um mundo de iniqüidade... e é inflamada pelo inferno". Guarda pois a tua língua de falar enganosamente. (revista Lições Bíblicas para crianças, anos 50)

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